Barbarizou, barbarizou
Quando foi instaurado o golpe de 1964, Glauber Rocha viajava com Deus e o Diabo na Terra do Sol para o Festival de Cannes. Nas cartas que então recebeu do Brasil, evidencia-se o contraste entre o luto político e o deslumbramento de toda uma geração com o filme, cujo impacto causado em seu lançamento no Rio de Janeiro é descrito nesta carta de Gustavo Dahl.
Rio de Janeiro, 6 de abril de 1964
Glaubiru, Glaubiru,
Barbarizou, barbarizou. Que agitação, que confusão. Teu rosto me aparece tão nítido, mas tão rápido, entre tantas outras coisas, depois de tanto tempo. O essencial foi dito e sentido. E espero que os dólares já estejam em tuas mãos. Depois foi aquela coisa terrível, todo mundo falando do teu filme, de ti, quase […]